Trilogia Killing Eve (Luke Jennings) - É tiro, porrada e bomba

Depois de muita insistência de alguns amigos, enfim li a trilogia de Killing Eve e… é. Acredito que seja difícil você já não ter ouvido falar pelo menos da série de TV, mas para quem não conhece, Killing Eve é uma trilogia de livros publicados nos anos de 2017, 2018 e 2020 onde é narrada a turbulenta e agitada relação de cão e gato entre uma assassina profissional e uma oficial do serviço de inteligência britânico.

O primeiro volume, Codinome Villanelle, é composto por quatro novelas publicadas originalmente para o Kindle e só depois compiladas neste livro formando um romance. Ele começa apresentando a personagem de Villanelle, uma assassina profissional russa que trabalha para uma sociedade secreta que indica os seus alvos em várias partes do mundo, e só depois é apresentado ao leitor Eve, uma mulher que não está confortável em seu trabalho, mas não deixa de ser uma das melhores em sua posição. Caso você entre nesse livro esperando que Eve e Villanelle já se encontrem neste primeiro livro devo dizer que não é isso que irá encontrar: o livro inteiro serve mais como uma apresentação das personagens junto com uma preparação de terreno para as coisas que irão acontecer nos livros seguintes; o próprio final abrupto que o autor deixa dá aquela sensação de que esse é só um episódio piloto de uma série procedural. É um livro interessante e rápido de ler, mas nada muito marcante.

Agora indo para a continuação, Não Existe Amanhã, devo adiantar logo que esse foi o melhor dos três livros, as cenas de ação aqui são incríveis, mas também são muito bem balanceadas com sequências de espionagem. Toda a missão de Villanelle no hotel onde o supremacista está organizando uma reunião e o encerramento dessa missão, é uma delícia de acompanhar porque eu não via a hora daquele cara se ferrar e como isso aconteceu, meu querido, eu realmente não esperava aquilo; enquanto isso, o ponto de vista de Eve em que ela vai descobrindo mais sobre Villanelle e a organização para a qual ela trabalha deixa o leitor cada vez mais ansioso para o momento em que irão se encontrar. Também adiantando, acontece nas últimas cenas desse volume!

Morra por Mim, terceiro e último volume dessa trilogia… e o que eu mais me decepcionei. Depois de Villanelle forjar a morte de Eve e fugir com a sua tão esperada amante para a Rússia a fim de escapar da organização a qual Villanelle trabalhava, agora as duas terão que trabalhar para aqueles quem elas mais temiam encontrar. O diferencial desse livro é que ele é contado totalmente em primeira pessoa do ponto de vista de Eve, diferente dos dois anteriores que era em terceira pessoa alternando o ponto de vista entre as duas protagonistas; sinceramente, essa mudança me incomodou um pouco no início, mas com o andamento da história não me agradando nem um pouco, esse ponto foi o de menos. Ok, as duas de alguma maneira se desejavam há um bom tempo já, mas agora que elas estão juntas precisava ser tão romanticamente meloso? Eu nem conhecia reconhecer as personagens que eu tinha acompanhado nos livros anteriores, pareciam duas personas completamente novas. A história é muito interessante e bem construída (mesmo tendo uma falha aqui ou ali), esse volume teve várias cenas cômicas (uma em específica que acontece na banheira me deixou incrédulo de tão inesperado), mas comparando com o resto da trilogia esse volume pareceu o mais mal trabalhado, como se o autor só estivesse com preguiça de escrever e concluiu com esse livro para enfim cumprir com o contrato.

É uma trilogia de livros bem rápida de ler, cada livro tem menos de 300 páginas, então para quem quer uma leitura curta, fluida e que não precise pensar muito, Killing Eve é a escolha certa! Mas não mergulhe de cabeça nesses livros esperando algo super bem estruturado ou um grande aprofundamento sobre relações internacionais, não é isso que você vai encontrar nem o que o autor deseja fazer. Ainda não assisti à série, espero vê-la em breve, mas acredito que seja provável que eu goste bem mais dela do que gostei dos livros; enquanto eu falava aqui sobre os livros parecia mais que eu estava falando de uma coisa audiovisual porque é exatamente isso que os livros parecem, um filme/série com cenas de ação que não procuram trazer grandes reflexões pessoais sobre as personagens e suas psiquês, prefere mais focar na ação e suspense com pitadas de comédia e romance.


❧ Killing Eve (publicado originalmente entre 2017 e 2020)

❧ Luke Jennings

❧ 216, 240 e 216 páginas

❧ Editora Suma

❧ Tradução de Leonardo Alves

❧ Média: ★★★1/2

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